6.12.08

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   Ser: poeta

Necessito traduzir o ser
acumulado de segredos e memórias,
que, sedento, procura o idioma
do assombro, do enlevo e da náusea.

Preciso revelar o ser
que há muito enfrentou o espelho:
parceiro de incertezas,
testemunha de entregas.

Reclamo a expressão do ser
que não é grafite, carvão ou giz,
nem tinta, paleta e pincel,
nem mármore, cinzel e buril.
Não é desenhos do corpo no ar,
nem máscara de riso e de choro,
não é figuras animadas no vinil,
nem captura da linha do horizonte.
Não é som, agudo ou grave,
nem contralto, nem soprano,
não é clave, batuta e notas,
nem cordas, baquetas e sopros.

É urgente dar voz ao ser
que é apenas inquietude e palavras.


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6 comentários:

Juan Cruz Parra disse...

www.simplementeracing.blogspot.com

MamaNunes disse...

Num momento bíblico Deus se define como: Eu Sou...o grande Eu Sou.
"Dar voz ao ser que é apenas inquietude e palavras."
Eu
Sou


Um abração

Anônimo disse...

Lindo Tereza
Saudades de te ouvir
Thaís

Ademir A. Bacca disse...

tereza
vim conhecer teu cantinho e adorei tudo o que vi. voltarei sempre. parabéns, grande abraço

MamaNunes disse...

Passando pra te ler e deixar abraços.
\o/

Anônimo disse...

Tereza,

Parabéns,

A alma se expressa
luminosa e sensível
languidamente e sem pressa
Na da poesia invisível

Dan