6.12.08

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Concretude

Em minha poesia não cabem
arbustos moldados por anjos,
asas de éter febril
,
centauros translúcidos,
quimeras embriagadas,
nuvem de sopros nus.

Quero, antes, a concretude da matéria:

o bronze, o jade, o marfim,
o ébano, o jacarandá,
o granito,

o mármore
duro e frio
que nas mãos de Michelângelo
se torna Pietá.

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2 comentários:

renascimento disse...

Palavras firmes, racionais e dignas da dor que se dá no poeta quando quer acabar com os devaneios.
Adorei esta poesia.

Renata

http://sentimentodemundo.blogspot.com/

MamaNunes disse...

lindo lindo lindo!!!
nas mãos de Michelangelo e nas sua poesia...tudo se torna Pietá.
beijos